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Estresse

O estresse é uma resposta complexa do organismo, que envolve reações físicas, psicológicas, mentais e hormonais frente a eventos que sejam interpretados pela pessoa como desafiantes e geram alterações fisiológicas.

 

Quando permanecemos neste estado por um grande período de tempo ou quando eventos estressantes ocorrem com frequência, estes podem quebrar a homeostase do funcionamento interno que, por sua vez, cria uma necessidade de adaptação para preservar o bem-estar e a vida. Pode ser entendido, portanto, com algo como uma reação a situações que nos incomodam de modo frequente ou persistente e ocasiona uma mudança fisiológica frente aos estímulos.

 

Desta forma, o estresse é entendido como um ataque pelo Sistema Nervoso Central que mantem acionado programas naturais de “luta ou fuga”, liberando, sem que haja uma real necessidade, hormônios com o cortisol, a adrenalina, e a norepinefrina que servem para preparar nosso corpo para uma ação de resposta física que pode não estar ocorrendo no momento.

 

Uma reação de estresse seguem-se as reações emocionais, que a ela vêm sobrepor-se e com ela passam a coexistir.

Por exemplo, vamos analisar uma situação corriqueira, onde uma pessoa passa horas de seu dia presa no transito das grandes cidades, e por esta razão se incomoda. O acumulo de sentimentos como de impotência e tensão podem desencadear em um quadro de estresse, onde o organismo passa um estado alterado (desequilíbrio). Neste quadro, a pessoa pode ficar tensa, ter dores pelo corpo e ficar constantemente irritada.

 

O quadro de estresse já estabelecido pode se associar com a ansiedade e ocasionar mais incômodo, mas agora em decorrência de um sentimento, ou seja, apenas pelo fato de saber que terá que enfrentar o congestionamento em instantes.

 

Deste modo, podemos sintetizar que o estresse original gerou um desequilíbrio, que foi somatizado como uma crise de ansiedade, que aumentou ainda mais o quadro de estresse. Situações semelhantes a esta são frequentes e podem evoluir para uma crise de pânico, onde esta mesma pessoa terá dificuldade de sair de casa com medo e sentirá um desconforto físico enorme e muita angustia por saber que terá que enfrentar seu percurso diário, podendo apresentar falta de ar, arritmia, sudorese, intestino solto, fraqueza muscular, etc. A partir desta fase, a pessoa pode entrar em um quadro de impotência e cair em uma depressão grave.

 

Indivíduos com personalidades de características mais reativas, competitivas, determinadas, impacientes, preocupadas ou mais agressivas são mais suscetíveis aos efeitos dos agentes estressores sendo mais propensos ao desequilíbrio. O sistema límbico é o responsável pelos fenômenos emocionais e vegetativos e, através do hipotálamo e hipófise, comandam o sistema simpático e parassimpático, o qual provoca a liberação de adrenalina, cortisol e a norepinefrina, atingindo vários órgãos através da corrente sanguínea, principalmente, coração, fígado e intestino.

 

O estresse é uma ação natural de nosso organismo, ou seja, um mecanismo primitivo que ajudou a sobrevivência de nossa espécie no caminhar de nossa evolução. O lado ruim ocorre quando permanecemos neste estado por longos períodos. A constância deste estado leva-nos a uma situação de desequilíbrio dos sistemas neurológico e hormonal e pode desencadear problemas de saúde como:

  • Aumento dos níveis de açúcar;

  • Descontrole da pressão arterial;

  • Arritmia cardíaca;

  • Diminuição da libido;

  • Azia;

  • Gastrite;

  • Tremores e espasmos;

  • Sobrepeso ou obesidade;

  • Tensão e dores musculares;

  • Fraqueza muscular;

  • Dores difusas;

  • Vista turva;

  • Problemas intestinais;

  • Insônia;

  • Dificuldade respiratória ou respiração curta;

  • Aumento da acidez do sangue;

  • Tonturas;

  • Sudorese;

  • Cansaço sem razão (fadiga);

  • Ressecamento de pele, olhos, vagina;

  • Alergias;

  • Diminuição da capacidade de defesa contra vírus e bactérias;

  • Dor de cabeça;

  • Diminuição da capacidade de concentração;

  • Enxaqueca;

  • Aumento de radicais livres;

 

Além dos diversos problemas relacionados acima o estresse pode contribuir para acionar gatilhos de doenças autoimunes ou aumentar as chances de desenvolvermos problemas cardiovasculares, úlceras e até câncer. Emocionalmente, contribui para estabelecimento de estados depressivos que podem se manifestar com diferentes sintomas como ira, apatia e oscilações de humor.

 

Por fim, influência negativamente nossa capacidade cognitiva e a forma que enxergamos os fatos cotidianos, nos tornando rígidos e aumentando as chances de nos culparmos e criar crenças negativas ajudando a alimentar situações de incômodos, atuando como circuito de realimentação do processo.

 

As três fases do estresse

  1. Alerta – Quando nos sentimos pressionados. É nesta fase que o nosso corpo sofre alterações com a finalidade de se preparar para a fuga ou para a luta. É um estágio de choque, marcado por uma descarga adrenérgica caracterizada por taquicardia, hemoconcentração, produção de urina abaixo do normal, hiperglicemia, leucopenia e, após, leucocitose.

  2. Resistência – Ocorre quando nosso organismo tenta se reequilibrar a uma nova situação. Saindo de seu estado natural de equilíbrio, ele passa a utilizar mais a nossa energia, mesmo para atividades que não demandam esforço. O organismo passa sinalizar sinais de cansaço, mal-estar, tontura, formigamento nas extremidades, perda de concentração e também problemas com a memória. Quando o corpo perde a capacidade de suportar este esforço, pode levar o organismo a ir para a terceira fase do estresse.

  3. Exaustão – Nosso organismo começa a apresentar sinais de fadiga, interferindo na capacidade de suas defesas e seu sistema de reequilíbrio pode ser severamente comprometido, dando espaço para que as doenças começam a aparecer. É uma forma de o inconsciente nos alertar que não esta conseguindo lidar com a situação de pressão. Após estas fases surgem às chamadas doenças de adaptação como a hipertensão, úlcera péptica, lesões miocárdicas, e leva o organismo para estado de exaustão física e mental, insônia, ansiedade, irritabilidade, angústia e hipersensibilidade emotiva, entre outros.

  4. Colapso – É uma fase não abordada pela maioria dos autores. Situações emocionais podem criar programações mentais, como crenças negativas. Como sou infeliz, eu não presto, faço tudo errado, ninguém gosta de mim, etc... Pode ocorre, quando estamos em um estado de exaustão, a ativação de uma destas programações negativas por acionamento de gatilhos gerados por situações de mais estresse. É como se o nosso corpo quisesse validar nossas afirmações mentais. Neste caso, pode representar o início de doenças autoimunes ou degenerativas. Um exemplo, se uma pessoa perdeu o prazer pela vida, enxergando a tudo e a todos sem graça. A vida esta amarga e, portanto, sem doçura. Nesta situação, há possibilidade de estar sendo gerado um gatilho para um quadro de diabetes tipo II. Nesta situação, o organismo não terá mais como retornar a seu antigo estado completo de homeostase. Este indivíduo passará a ter que conviver com esta situação para o resto de sua vida. Lembrando que a geração de um gatilho depende de múltiplos fatores, e não é algo tão simples de ser entendido como descrevi acima. Podem contribuir para a geração desta programação, fatores como sedentarismo, massa corpórea, hábitos alimentares, fatores genéticos e ainda outros fatores emocionais.

 

Tipos de estresse:

  1. Agudo é quando temos reações acentuadas para determinados acontecimentos que desencadeiam os mecanismos estressantes. Esses sintomas são denominados agudos porque vem com extrema intensidade e rapidez, porém em curta duração.

  2. Acumulativo é quando somos expostos diariamente, e por várias vezes, às situações que desencadeiam os processos estressantes, como tensão, estado de alerta, aumento na pressão arterial, entre outros. Essa exposição prolongada é responsável por desencadear uma série de doenças mentias e físicas.

  3. Pós-traumático é quando o indivíduo apresenta perturbações e alterações físicas e mentais, após determinado acontecimento, seja ocorrido diretamente com ele ou apenas presenciado. É uma resposta atrasada, consequente de uma situação traumática. Por exemplo: uma pessoa presencia um acidente onde sua vida ou a de alguém tenha entrado em risco, e após esse evento, quando ela se recorda do fato, são desencadeados sinais de estresse como ansiedade, por exemplo.

Como a Reflexologia pode ajudar na diminuição e no controle do Estresse?

 

No trabalho acadêmico "The Physiological and Biochemical Outcomes Associated with a Reflexology Treatment: A Systematic Review" foram avaliados doze ensaios clínicos randomizados e cinco ensaios clínicos randomizados ou de viabilidade, envolvendo um total de 697 participantes, foram revisados. Os participantes do estudo variaram de voluntários saudáveis ​​para aqueles que sofrem de uma ampla gama de condições musculoesqueléticas, neurológicas e sistêmicas, incluindo pessoas com câncer de mama, cirurgia de revascularização miocárdica, insuficiência cardíaca crônica, residentes em casa de repouso com demência e câncer, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), esclerose múltipla (EM), gestantes e mulheres que não conseguem ovular. Neste estudos foram avaliados por meio de exames  alterações fisiológicas e bioquímicas associadas ao tratamento de reflexologia. Esta compilação de estudos demonstrou uma variedade de efeitos positivos pode ser atribuída ao tratamento, especificamente a redução dos parâmetros de estresse. Isso facilitará a tomada de decisão baseada em evidências clínicas. É importante notar que, em todos os estudos incluídos nesta revisão, onde os parâmetros psicológicos foram avaliados, uma melhoria significativa na saúde e bem-estar foi determinada e este fator sozinho teve um efeito positivo sobre os resultados da doença, prognóstico e reabilitação.

Falhas no estudo: Nenhum dos estudos nesta revisão investigou quaisquer efeitos a longo prazo através do acompanhamento com os participantes.

Com a reflexoterapia, iremos abordar diversas estratégia para reduzir o quadro de estresse e seu diversos efeitos secundários (perda de homeostase). Para isto, serão trabalhado os aspectos:

  • Fortaleçam a vontade para vencer a procrastinação e ter corarem para estar ativo na vida.

  • Auxiliam a equilibras o humor e reduzir a irritação;

  • Fortalecem a capacidade de ver a vida com outros olhos;

  • Melhoram o estado de atenção e a concentração para exercer as atividades;

  • Mudar o estado de animo e reduzindo a sensação de impotência e falta de iniciativa. Evita a somatização por percepção de vida equivocada:

  • Melhora o tônus muscular e a determinação para enfrentar dificuldades e realizar;

  • Atua contra o esgotamento nervoso;

  • Melhora o prazer dando novo sabor a vida;

  • Melhora a autoestima;

  • Melhora a capacidade de planejar o futuro;

  • Melhora do desanimo que parece preguiça;

  • Melhora a percepção do estado e sentimento de surpresa;

  • Ajuda a reduzir a autocobrança e a autocrítica;

  • Melhora a sensação de bem-estar;

  • Melhora a percepção das situações que são estressantes;

  • Reduz a ansiedade.

Para cada um destes itens, a reflexologia tem terapêuticas para restabelecer o equilíbrio afetado pelo estresse, dando ao nosso organismo as ferramentas para se reequilibrar.

Referência:

a) The Physiological and Biochemical Outcomes Associated with a Reflexology Treatment: A Systematic Review

Autores: J. E. M. McCullough, S. D. Liddle, M. Sinclair, C. Close, and C. M. Hughes

Publicado em: Institute of Nursing and Health Research, University of Ulster, Jordanstown Campus, Shore Road, Newtownabbey, County Antrim BT37 0QB, UK

PB  - Hindawi Publishing Corporation

DO  - 10.1155/2014/502123

Publicação: 5 Maio 2014

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